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A paixão pelo mundo árabe surgiu nas tardes de minha infância, ao assistir o seriado Jeannie é um Gênio, pois, junto à comédia dos anos cinquenta, havia números de dança árabe, como nos filmes egípcios. Em maio de 2000, comecei a tomar aulas com Rosilene Santos. De início, achei que não conseguiria, pois, na realidade, a dança trabalha o feminino. Aos poucos e com paciência fui descobrindo a beleza de cada movimento, de cada acorde musical. Percebi que, apesar de ser um pouco diferente, a cultura árabe não está tão distante assim de nós, brasileiros. Em 2005 iniciei os estudos do árabe para entender as letras das músicas árabes. Unido a esse conhecimento, veio o interesse pela música e cultura árabes. Em 2006 fui admitida como professora no Zahra Studio de Dança do Ventre, principiando minha jornada como mestra/pesquisadora da dança oriental. Em 2008 fundei o Harém Centro de Danças no Sudoeste e, em 2010 fiz a transferência da escola para Taguatinga. Busco entender a dança, de modo geral, e a dança do ventre, de modo específico, como forma de o ser humano se expressar num mundo conturbado e caótico. E posso afirmar que cada passo tem trazido gratas surpresas e plena alegria!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Música egípcia: esboço de uma linha no tempo

O Egito é o maior país árabe, com aproximadamente oitenta milhões de pessoas, que vivem em sua maior parte ao longo do rio Nilo, que corre de Aswan, perto da fronteira com o Sudão até a Alexandria, no mar Mediterrâneo. Como centro regional geográfico, econômico e populacional, o Egito centraliza a produção cultural no mundo árabe, de modo que o dialeto egípcio  tornou-se extensamente compreendido graças à disseminação de filmes, programas de televisão e música egípcios.




Mohammed Abdel Wahab.

A história da música egípcia começa na era colonial antes da Segunda Guerra Mundial. Durante os anos vinte e trinta, o compositor egípcio mais proeminente era Mohammed Abdel Wahab, que fez a adaptação de muitos poemas à música, tais como os de Ahmed Shawky, além de escrever as trilhas sonoras de muitos filmes egípcios. Abdel Wahab também escreveu várias canções para a cantora mais importante da história da música egípcia, Om Kalthoum.



Om Kalthoum.


Conhecida como Kawkab al-sharq (Estrela do Leste), ganhou proeminência nos anos 40 e desde então é adorada pelo público egípcio. Com o movimento nacionalista e a revolução de 1952, Om Kalthoum transformou-se em símbolo nacional para o Egito e muitas de suas canções deste período possuem um teor nacionalista. Morreu em 1975, mas é sem sombra de dúvida a artista  mais conhecida em todo o Egito e certamente por todo mundo árabe.




Asmahan e seu irmão, Farid al-Atrache.

No início da carreira de Om Kalthoum, havia uma outra cantora muito popular chamada Asmahan, que era descendente da realeza drusa e irmã do Farid al-Atrache e que se mudou para o Cairo. Produziu diversos filmes e canções, mas morreu num acidente de carro sob circunstâncias duvidosas. Haviam vários boatos de que ela poderia ter sido uma espiã soviética. Por causa de sua beleza misteriosa e de sua morte prematura, Asmahan ainda é uma lenda no mundo da música árabe.




Abdel Halim Hafez.

Abdel Halim Hafez é outro cantor egípcio que se tornou muito famoso no Egito pós-independente. É conhecido por cantar músicas de amor de proporções épicas como Om Kalthoum e por seu sorriso marcante. Como a maioria dos cantores egípcios desta época, estrelou diversos filmes musicais. Em 1977 morreu razoavelmente jovem – aos 48 anos – e ainda permanece uma lenda da música no Egito. Em 2006, o filme Haleem teve o ator egípcio Ahmed Zaki no papel de Abdel Halim Hafez. O álbum de Natacha Atlas, Halim, é uma homenagem a Abdel Halim.




Amr Diab em 2010.


Atualmente há várias estrelas pop egípcias, entretanto nenhuma é mais famosa e lendária do que o cantor Amr Diab. Tornou-se internacionalmente conhecido com a canção Nur el-ayn durante os anos noventa, e permanece o rei do pop egípcio ainda hoje. Amr Diab é atualmente conhecido por sua face jovem, apesar de já estar quase na casa dos cinquenta.




Mohammed Munir.



Mohammed Munir é um artista do alto Egito, nascido em Aswan. É conhecido por misturar os estilos musicais árabes com os africanos. Ele trata em suas canções de assuntos como religião e política. Após o Onze de Setembro, procurou aprender mais sobre a religião muçulmana e tem sido ferrenho crítico dos muçulmanos que não praticam a religião responsavelmente e dos ocidentais que apregoam equívocos ultrajantes sobre muçulmanos. Ele também sido um apoiador da causa palestina e um defensor da paz de modo geral.




Sherine Ahmed e Tamer Hosni,
na cada do cd Free Mix 3.





Os cantores Sherine Ahmed (nascida Sherine Abdel Wahab) e Tamer Hosni se tornaram muito populares no cenário egípcio nos últimos anos. Alcançaram popularidade com Free Mix 3, de 2002, que contém solos e duetos. Atualmente ambos têm carreiras de solo bem sucedidas e têm lançado muitos álbuns.







Shaaban Abdel Rahim.

Shaaban Abdel Rahim despontou para o estrelato, tornando-se bastante conhecido por possuir uma postura bastante controversa no shaabi egípcio. Ele encarna a história do joão-ninguém que alcançou riqueza, depois de ter sido por muito tempo trabalhador mal-remunerado em lavanderia antes que suas canções se tornassem populares. Sua música é escrachada. Possue foco em letras fáceis de serem lembradas e na expressão de idéias populares e polêmicas. As canções Eu odeio Israel, de 2000, e Não acerte o Iraque, de 2003, fizeram dele uma figura amada.





Hakim.

Hakim é outro cantor do gênero shaabi que vendeu milhões de discos desde o início dos anos 90, atualmente é considerado o rei da música shaabi egípcia. Nascido em Maghagha – uma cidade pequena da Al-minya, Egito –, Hakim cresceu ouvindo o som tradicional da classe trabalhadora, o shaabi, raiz do sul do Egito. Foi bastante influenciado pelo cantor  Ahmed Adaweia – também de estilo shaabi – e começou praticando mawals – improvisações vocais que iniciam tradicionalmente as canções shaabi.



MTM representa o hip-hop egípcio.


O primeiro grupo egípcio de hip-hop que conseguiu sucesso foi MTM. Seu álbum de 2003 intitulado Ummi mesafra (Minha mãe se foi) foi inovador no meio da música pop árabe. Embora alguns de seus singles sejam em sua maior parte de batida pop como o é Will Smith nos Estados Unidos, algumas de suas canções tratam de assuntos sociais usando o humor.






REFERÊNCIAS

GRATIEN, Chris . Egyptian music: 20 Feb. 2007. Disponível em: http://www.arabicmusictranslation.com/2007/04/egyptian-music.html. Acesso em: 9-9-2010.






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